
contação de histórias
MACHADO DE ASSIS
A série de narrações “CONTOS – Machado de Assis” foi criado para atender ao público de todas as idades e participar de uma ideia simples: A boa literatura para criar bons leitores.
Nesta série de contações, abordamos a literatura do maior escritor brasileiro, Machado de Assis. Para esta série escolhemos cinco contos de sua vasta obra. Cinco contos leves, irônicos e bem humorados. Cinco contos para qualquer idade e gostos diversos.
Em 2006, o ator Arô Ribeiro iniciou a pesquisa sobre a obra de contos deste autor com coordenação do diretor teatral Roberto Lage. No período de cinco anos foram montados cinco contos em forma de peças: “Conto Alexandrino”, “Viver”, “Missa do Galo”, “O Capítulo dos Chapéus” e “Verba Testamentaria” que foram patrocinados pela PETROBRAS durante os anos de 2006 a 2010 e apresentados em diversos teatros.
CAPÍTOLO DOS CHAPÉUS
Em "Capítulo dos Chapéus", Machado de Assis discorre sobre a posição da mulher na nova sociedade que se forma no Brasil. Por meio do humor, com uma pitada de tom irônico, o conto narra a situação de duas mulheres: Mariana e Sofia. Personalidades opostas, representando dois mundos diferentes, mas próximos entre si. Mariana ainda é infantil e alienada em um ambiente doméstico: sua vida resume-se à sua casa e seus objetos; Sofia é uma mulher da nova sociedade: independente, resoluta, com limites que vão além da vida doméstica, estendendo-se para a rua. Mariana procurou a amiga Sofia, que a convidou para ir ao centro do Rio de Janeiro, com a desculpa de tirar retrato e ir ao dentista. Mariana ao lado da amiga namoradeira, desejava aprontar alguma com o Marido
Para todos os públicos. Duração 40 minutos
UM HOMEM CELEBRE
Um Homem Celebre, conta a historia do atrapalhado Pestana, um compositor de polcas, famoso e rico. Porém, mesmo com a fama, Pestana odeia suas musicas, porque seu verdadeiro sonho é compor uma peça clássica. Toda vez que Pestana busca inspiração em Mozart e Beethoven, compõe uma polca que acaba fazendo grande sucesso. Fama e prestigio não fazem a vida de Pestana feliz, pois ele quer um ideal de perfeição que não consegue alcançar. Pestana nos mostra a impotência de espirito de um homem, que brada pela redenção. O sucesso de sua glória não culmina no sucesso intimo dele. As polcas são simples, por isso Pestana não as quer. Elas representam o sucesso, mas um sucesso transitório que não resulta em felicidade. Felicidade que só seria alcançada com sua inclusão no mundo clássico.
Para todos os públicos. Duração 40 minutos.


FULANO
“Fulano” é um conto do Machado de Assis sobre Fulano Beltrão, um sujeito pacato e reservado, até quando um amigo publica “coisas belas e exatas” sobre ele no Jornal do Commercio. Fulano acha interessante ver seu próprio perfil publicado e resolve “ajudar” o amigo, replicando o mesmo texto nos demais jornais da capital. Só para garantir a visibilidade. Ao tomar gosto por esta coisa de mídia, Fulano passa a aproveitar cada oportunidade para publicação de novas notas, artigos elogiosos, publicidade de seus feitos. Com a exposição, ele muda seus hábitos, começa a frequentar rodas sociais, projeta casar a filha com algum fidalgo. Virou “alguém” graças à imprensa, esta “grande invenção”, nas palavras do personagem.
Em “Fulano”, Machado revela como a imprensa, uma das tecnologias emergentes, poderia transformar hábitos e reputações. Um sujeito tranquilo como Fulano Beltrão virou um homem público. A auto-publicação de seus feitos – mesmo que prosaicos – provocavam comentários na praça. Antecipando quase um século, Machado já sabia que o meio era a mensagem.
Para todos os públicos. Duração 40 minutos.
O ENFERMEIRO
Um dos principais contos de Machado de Assis.
O enfermeiro é narrado pelo protagonista Procópio. Ele é convidado a cuidar de um velho enfermo, o coronel Felisberto, homem muito rude, o qual acaba morrendo "acidentalmente“. Essa história começa com Procópio, narrando a sua história sobre os meses difíceis que passara ao lado do coronel. Durante a narração, há uma mudança gigantesca não apenas nos perfis psicológicos das personagens como também em nossas próprias convicções iniciais. O enfermeiro passa de vítima da rudeza do Coronel à responsável pela morte do mesmo. O Coronel, de vilão e ingrato passa a ser visto como uma pessoa com um imenso sentimento de gratidão, ao deixar para o seu enfermeiro toda a sua fortuna. Logo, há um deslocamento de um esquema maniqueísta, onde se acredita que existam pessoas boas e pessoas ruins. Machado nos quer mostrar, portanto, que ninguém é tão bom ou tão mau quanto possa parecer.
Para todos os públicos. Duração 40 minutos.


O ASTRÓLOGO
Custódio Marques, almotacé (espécie de inspetor de pesos e medidas, que fixava preços de gêneros alimentícios) tinha 45 anos, morava com a filha, D. Esperança, e com a irmã, D. Joana da Purificação. Custódio gostava do que fazia, tanto é que, além de inspecionar o comércio, passou a inspecionar também a vida das pessoas, passando a saber de tudo o que acontecia nos lares alheios. Um dia botou na cabeça que o juiz de fora estava fazendo coisas erradas, então passou a seguir o juiz onde quer que ele fosse. Custódio tinha a intenção de casar a filha com o sobrinho do juiz. Mal sabia o almotacé que sua filha pensava em outro, no filho do boticário, Gervásio Mendes, com quem já namorava há quatro meses escondida do pai. Após investigar o juiz, descobriu que realmente ele não era tão certinho. E feliz pela descoberta, corre a casa do juiz para dizer que finalmente tinha descoberto sua aventura. Mas, para sua surpresa, ao chegar era o juiz que o esperava para lhe dar uma notícia: sua filha, d. Esperança, havia fugido com Gervásio Mendes.
Custódio Marques, tão preocupado com a vida alheia, acabou esquecendo a sua própria vida.
Para todos os públicos. Duração 40 minutos.